quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE INCAPACIDADE E SAÚDE - CIF

Entrevista Destaque:

Silvane Penkal
terapeuta ocupacional CREFITO-10/4340. Especialista em Contextos Sociais, experiência de 7 anos na utilização da CIF e membro da Abrato/SC.


Abrato-SC: O que é Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde?

Silvane Penkal: A CIF é instrumento universal que classifica funcionalidade, incapacidade e saúde do sujeito de forma individualizada, avalia as condições de saúde, mas principalmente as atividades que o sujeito realiza e suas participações, sempre considerando os aspectos ambientais e pessoais como fatores fundamentais para funcionalidade. Pertence a Organização Mundial da Saúde e esta disponível em forma de livro, a versão mais atualizada é a CIF-CJ, publicada no Brasil em 2011 por que contém todos os códigos da versão anterior (2003) mais os códigos de crianças e jovens.

 Publicação de 2003  Cif - Cj: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde Para Crianças e Jovens - Oms - Organização Mundial da Saúde (853141282X)Publicação de 2012




Abrato-SC: No seu entender qual a diferença entre a CID e a CIF?

Silvane Penkal: Muitos profissionais e acadêmicos ainda não tiveram acesso a CIF, ou somente ouviram falar “coisas soltas sobre o tema” e questionam sobre o que é a CIF? 
Qual sua utilidade? Se a CIF substitui a Classificação Internacional das Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde - CID.
A CID é a classificação de doença e problemas relacionados à saúde, é primordialmente de uso médico.

A Classifica a Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CFI e pode ser utilizada por todos os profissionais da área da saúde, educação, social dentre outras. A CIF também utiliza códigos alfanuméricos.


Abrato-SC: Qual a sua experiência com a CIF?

Silvane Penkal: Meu primeiro contato com a CIF foi por meio de curso ministrado pela Dra Heloísa da USP (2006), a partir desta data comecei a trabalhar o conteúdo da CIF na disciplina de Métodos e Técnicas de Avaliação em Terapia Ocupacional no curso de Terapia Ocupacional (Jlle) e a fazer muitos estudos de casos.
Constantemente buscava informações sobre a CIF junto a outros terapeutas ocupacionais e principalmente os da Associação brasileira de terapeutas ocupacionais - Abrato.  Neste período fiz outros cursos, participei de diversas eventos com palestrantes renomados no assunto, dentre eles cito Dra. Cassia Maria Bruchalla (tradutora da CIF), Dr. Eduardo Santana de Araújo e Dr. Renato Nickel – UFPR.
Eu já realizava palestras sobre a CIF, mas foi em 2012 quando realizei 4 (quatro) minicursos da CIF em parceria com Dra. Heloísa B. V. Di Nubila (tradutora da CIF– CJ) no Congresso Estadual das APAEs –SC, que realmente fiquei motivada a escrever sobre o assunto e organizar um minicurso denominado CIF e Inclusão Social.
Desde então desenvolvi cursos para equipes interdisciplinares na  Fenapaes-SC (2013), em diversas APAEs de SC, participei de  mesas redondas, palestras, eventos de Fonoaudiologia, Serviço Social, Educação e no XIII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional (2013) onde tive a oportunidade de ministrar sobre o tema.


Abrato-SC: Como esta organizado o minicurso da CIF que acontecera no próximo dia 8 de Março em Joinville?

- O minicurso com 8 horas de aulas teóricas, mas principalmente aulas práticas por meio de estudo de casos e vídeos que enfocam a funcionalidade, incapacidade e saúde, facilitando assim a compreensão do conteúdo;

- Certificado pela IPGEX –Instituto de Pós-graduação e Extensão.
- O curso é aberto a todos com nível superior: principalmente terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, professores, assistentes sociais, fisioterapeutas, médicos, gestores etc.


Abrato-SC: Qual é a data do próximo curso e o valor?

Silvane Penkal: O próximo curso será realizado em 8 de Março de 2014 em Joinville na IPGEX.

End.: Rua Ministro Calógeras, bairro Anita Garibalde
(em frente ao 62BI, anexo ao Colégio Neide Kruger)

- O valor do curso é de R$180,00.

- Associados da Abrato pagam R$ 150,00.

- As inscrições devem ser feitas pelo e-mail silvanepenkalto@gmail.com.

- No segundo semestre acontecerá outro minicurso aberto a todos os interessados, com data a combinar.


Segue algumas fotos de eventos realizados










2012 - Minicurso da CIF ministrado em parceria com 
Dra. HeloísaB. V. Di Nubila  (tradutora da CIF– CJ)  no Congresso Estadual das APAEs –SC


2013 - Minicurso CIF e Acessibilidade no 

   XIII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional/2013

                 















                 2014 – Palestra APAE de Joinville/SC




















2014 - Minicurso APAE de Jaraguá do Sul/SC




Abrato-SC: Na sua experiência o Brasil irá adotar a CIF como metodologia obrigatória?

Silvane Penkal: Existem muitos mitos, alguns ainda acham que é de uso médico, outros dizem que nunca será utilizada na prática e será somente mais um instrumento para pesquisadores, universidades, para o INSS e perícias médicas e de reabilitação.
Com certeza são mitos, o Brasil já assumiu este compromisso junto a Organização Mundial de Saúde (OMS), o que percebo é que a CIF não esta sendo utilizada em larga escala pelos profissionais, mas existem muitos profissionais interessados nesse movimento universal onde se  classifica as pessoas pela funcionalidade, pelo que elas realizam e não somente pela doença.
De acordo com minha vivência os profissionais mais envolvidos com a utilização e pesquisa da CIF até o momento são médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

Nota-se uma crescente procura dos profissionais do Serviço Social e da Educação em relação a CIF.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

X CONGRESSO NORTE NORDESTE DE TERAPIA OCUPACIONAL

Terapia Ocupacional: diversidades de saberes, práticas e
 politicas públicas
 
17 A 20/Setembro/2014
Local: Hotel Sagres
Belém do Pará
 
 
Submissão de trabalhos: prazo limite 20/Abril/2014
 
 
 

Fonte: Otavio Augusto de Araujo Costa Folha, presidente do X CONNTO
Cleucio Heleno Souza Moreira, presidente da Abrato-Pará 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Saúde Mental Na contramão da internação compulsória

Saúde Mental

Na contramão da internação compulsória

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/32156

Informe ENSP: Hoje em dia, um dos grandes debates com relação às drogas é a questão da internação compulsória e internação voluntária. Qual é a real diferença entre elas?

Paulo Amarante: O debate começou a aparecer com a denominação internação compulsória. Houve várias críticas a isso, porque internação compulsória é regulamentada pelo Código Penal. É uma internação determinada por um juiz. A pessoa não tem de ser levada por família ou por ninguém. Basicamente, a internação compulsória é voltada para a pessoa que cometeu um crime ou delito, ou que está prestes a cometer algo do gênero, quando há uma ameaça visível para a sociedade. Ao ser detida por uma autoridade, existe a suspeita ou argumentação da parte de alguém de que se trata de uma pessoa com transtorno mental. O delegado encaminha para o juiz um caso desse tipo, porque uma pessoa com transtorno mental, a rigor, não pode ser presa, o que ocorre de forma provisória. É, então, solicitado ao juiz que faça um pedido de avaliação pericial a fim de certificar-se de que a pessoa tem transtorno mental, e se o ato cometido ou por cometer tem a ver com o delito. O perito psiquiátrico, credenciado pelo sistema Judiciário, pode dizer se a pessoa tem ou não quadro de transtorno mental, mas que o crime pode não ter nada a ver com isso. Ele determina o tipo de tratamento, que pode ser uma medida de segurança restritiva ou punitiva.

Se o crime for violento ou contra a vida, o perito poderá determinar uma medida de segurança com internação em algum Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), que eram os antigos manicômios judiciários. Ou determina uma medida punitiva com tratamento em regime aberto, por exemplo, quando a pessoa trabalha em alguma comunidade ou Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Sendo assim, a internação compulsória é aquela determinada pelo juiz a partir de um caso específico de crime cometido ou por ser cometido.

Genericamente, tanto as autoridades de São Paulo como do Rio de Janeiro falavam a respeito da internação compulsória de forma inadequada. Várias pessoas do campo da psiquiatria e do campo jurídico disseram que a utilização do termo estava sendo equivocada. Não se pode pegar uma leva de pessoas na rua e carregar para uma instituição psiquiátrica. Isso é, no mínimo, um ato policial, e não jurídico.

Informe ENSP: Então, o que realmente está acontecendo nas cidades, em particular com relação às drogas, não é internação compulsória?

Paulo Amarante: O que está sendo feito não é a compulsória, mas também não pode ser chamada internação involuntária. Essa modalidade é feita a partir de um familiar ou uma autoridade, que solicita tratamento para alguém que esteja incomodando a ordem pública. Essa pessoa é recolhida contra sua vontade e, caso não tenha condição de discernimento do tratamento, outra pessoa pode assinar por ela.

O que está acontecendo aqui é uma internação involuntária coletiva, e até mesmo sem um critério mais específico de avaliação psiquiátrica, em prontos-socorros. Agora, as autoridades pararam de usar o termo internação compulsória para falar de involuntária, porque teriam mais autonomia de atuar sem necessidade de um juiz.

Um médico pode fazer a internação involuntária, porque ele tem o poder de analisar caso a caso, escolher o melhor tratamento, e há um familiar que requisitou essa ajuda.

Informe ENSP: O que a comunidade psiquiátrica pensa com relação a essas internações de usuários de crack? O que está sendo feito atualmente não é solução.

Paulo Amarante: Como a gente tem esse papel de formador de opinião, venho tentando fazer uma discussão sobre a determinação social da questão. Por que, de repente, há mais vagabundos, mais criminosos, mais drogados nas ruas? Precisamos fazer uma análise mais profunda a respeito do que está ocorrendo. A questão do crack, ou das drogas, em geral, é um indicador social de que algo está mudando.

Por exemplo: Uma pessoa está com dengue; o médico de família está cuidando dela e averiguando se há mais casos da doença em uma comunidade. Esse médico pode tratar cada pessoa individualmente, mas percebe que há um foco de contaminação na região e solicita outro tipo de atenção. E isso precisa ser pensando para as drogas.

Informe ENSP: Então, o crack é um problema de saúde pública.

Paulo Amarante: Não só da saúde pública como de organização social, que vai desde toda a estrutura de desorganização das relações do trabalho, de aumento de desemprego, de trabalho informal, de domínio desse mercado informal de trabalho por grupos, gangues ou milícias. A estrutura da família também vem mudando ao longo dos anos. As mulheres, antigas cuidadoras do lar, cada vez mais trabalham fora e cuidam menos do lar; e, na questão de gênero, temos o pai, que não assume seu papel. Além disso, a estrutura das escolas, que não está mais adequada. Há uma série de aspectos, e não podemos só atribuir às pessoas o consumo de drogas. O Estado tem de pensar nisso.

Por outro lado, há a questão da importância da economia do tráfico. Hoje, é uma ingenuidade não saber que a grande lavagem de dinheiro, o grande capital envolvido em tudo isso, está ligado ao tráfico humano, de armas e outras coisas mais. É uma economia impulsionadora de várias iniciativas, não é mais só o pequeno vendedor. É um mercado que está em expansão, pegando cada vez mais trabalhadores jovens para atuar nele, com ofertas mais imediatas de crescimento.

Informe ENSP: Temos também a questão do pequeno usuário de drogas, que se torna um pequeno traficante para os que estão em seu meio. Ele, então, acaba por encontrar aí uma forma de renda.

Paulo Amarante: Exatamente. Há uma mudança de papel econômico e sociológico. No campo mais direcionado à saúde mental, temos uma desestruturalização da rede. Desde a aprovação da Lei 10.216, da reforma psiquiátrica em 2001, a grande maioria dos profissionais não a conhece. Como professor, dando aulas no Brasil inteiro, apresento a Lei para alunos que nunca a tinham lido. Muita gente não sabe o que ela representa no campo da transformação de um modelo de assistência, das práticas de saúde etc.

O desinvestimento em uma cidade como o Rio de Janeiro é horrível. Temos hoje 12 Caps funcionando. Atendendo 24 horas, apenas um. Esse desinvestimento reflete a ideia das políticas neoliberais de enxugamento do Estado, com a famigerada Lei de Responsabilidade Fiscal que não se pode contratar; quando contrata, há enorme precarização do trabalho.

Comumente, como já mencionei, essa precarização do trabalho causa uma reserva de pessoas desesperadas por alguma possibilidade, em busca de renda e de melhoria de vida, como também gera um mercado profissional muito desqualificado e instável.

Temos então uma estrutura precaríssima tanto para cuidar de pacientes com transtornos mentais em geral, como para álcool e drogas. Não tínhamos quase nada no Estado do Rio de Janeiro, apenas dois ou três serviços universitários fazendo atendimento muito pontual. E não tínhamos uma rede. O papel se repete no Brasil inteiro. Agora que a questão aparece, existe uma pressa em dizer que os serviços existentes não funcionam; outro agravante é a criação de um mercado privado, paralelo à política pública, com recursos públicos, que é o das comunidades terapêuticas.

Informe ENSP: A ampliação do papel das comunidades terapêuticas faz parte do polêmico Projeto de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados. Ele pretende, entre outras coisas, criar um cadastro de usuários de drogas no país, de autoriado deputado Osmar Terra (PMDB-RS), correto? Mas os Caps existentes não poderiam ser utilizados para isso?

Paulo Amarante: Essa ampliação das comunidades terapêuticas é resultado da entrada dos interesses de igrejas, fundamentalmente evangélicas, e de todo o lobby evangélico existente na Câmara, que acabou virando outro grande mercado, isto é, a fé e a religião, totalmente desregulado.

Por trás desse ‘movimento de higienização’, como falei, há uma precarização da sociedade como um todo. Por outro lado, uma política de redefinição do espaço urbano. A Copa e os Jogos Olímpicos são apenas pretextos para as autoridades fazerem o que estão fazendo. O que está havendo é a concentração maior de renda, e um dos mercados mais promissores é o imobiliário. Em algumas cidades, como SP ou RJ, existe um projeto urbanístico de revitalização dos espaços urbanos, com grandes investimentos no mercado imobiliário. E é necessário que seja feita a ‘reforma Pereira Passos’, como foi o caso do Rio de Janeiro na época de Oswaldo Cruz, no início do século XX, com a retirada das pessoas do Centro da cidade. Foi quando nasceram as favelas e, hoje em dia, se repete com a criação das comunidades terapêuticas.

A questão do crack, das drogas em si e da internação involuntária está em contexto muito ampliado. No nosso nível de competência, se podemos dizer, é necessário que se invista mais em uma rede de serviços que se mostram competentes. A Helena Furtado esteve em 2012 aqui, no curso de especialização em Saúde Mental, e falou sobre a experiência de São Bernardo. Existe sim a possibilidade de utilizarmos os Caps, com atendimento para álcool e drogas 24 horas, com internação em situação de crise, as pessoas sendo tratadas, sem a necessidade de um modelo que entende como solução a internação integral, involuntária, por meses, como se isso fosse incutir nas pessoas o desejo de se tratar.

Temos demonstrado que, às vezes, é mais eficaz o tratamento voluntário, quando a pessoa é convencida a se tratar e cria uma relação de confiança e vínculo, do que outros tipos de internações. A pesquisa que o professor Dartiu Xavier faz na Unifesp mostra que as pessoas que saem dessas internações involuntárias, compulsórias e obrigatórias voltam direto para as drogas.

Outra questão do nosso nível de competência que fazemos é a crítica às instituições totalitárias. O sociólogo francês Robert Castel, que trabalha nessa linha de globalização, do neoliberalismo no mundo e teve importância fundamental no campo da saúde mental, em seu livro A metamorfose da questão social – um dos mais importantes para pensar esse capitalismo pós-moderno –, ressalta a questão das instituições totalitárias. Imagina o que é a estrutura de uma instituição que vai cuidar de 20, 30, 100, 1.000 pessoas recolhidas compulsoriamente, impossibilitadas de sair? Imagina o nível de violência para coagir as pessoas a se manterem nessas instituições?

O Conselho Federal de Psicologia fez uma pesquisa em 2012 sobre as comunidades terapêuticas, e todas tinham graves violações de direitos humanos.

Informe ENSP: Então, os direitos humanos nessas instituições são praticamente nulos?

Paulo Amarante: Nessas comunidades, foram encontradas pessoas enterradas até o pescoço, que eram obrigadas a carregar pedras e serem acordadas de madrugada para tomar banho frio, criando uma mistura de prática religiosa de purificação e exorcismo com a prática de terapia cognitiva comportamental de choque, gerando medo nelas.

Informe ENSP: Tudo isso vai contra o trabalho que vem sendo feito nos últimos 25, 30 anos no Brasil em prol da reforma psiquiátrica.

Paulo Amarante: Tudo o que nós, no Brasil, lutamos contra, não só no campo da saúde mental, mas também na questão dos direitos humanos, da cidadania. A ascensão do pastor Marco Feliciano à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados é um aspecto que toda a sociedade brasileira deveria reagir com muita indignação e resistência e não aceitar. Este é um sinal de que algo muito profundo está mudando, de toda luta nossa pela democratização, pela Constituição.

Informe ENSP: Com todo esse panorama, você acredita que a legalização das drogas é uma solução?

Paulo Amarante: Eu compartilho da visão da juíza Maria Lúcia Karam, integrante da Associação Juízes para a Democracia, que afirma que, para liberar, tem de liberar todas as drogas. Não dá para liberar uma e não a outra. Só que a legalização é o princípio, princípio este que compreende que existe menos prejuízo para a sociedade que legaliza do que para aquela que não legaliza. Isso porque a ilegalidade leva ao domínio do mercado pelo tráfico. O tráfico implica outros interesses e maior violência para a sociedade, com poder financeiro utilizado em outros campos. Isso sem falar da utilização também no mercado do tráfico de trabalhadores, que é muito mais prejudicial, porque são pessoas que se expõem ao risco muito maior de deteriorização da vida.

O assunto é muito difícil e complexo; porém, a legalização é o princípio que criaria menos problemas. Com ela, seria possível ter regulamentação de produção, de garantir níveis de ‘qualidade’ dos produtos. Hoje em dia, temos drogas misturadas aos produtos mais tóxicos possíveis, como querosene, por exemplo.

É um cinismo falar que a legalização da maconha irá causar o aumento dos usuários. Com a liberação, seria possível haver salas de uso seguro, a pessoa não precisaria se esconder e se submeter a situações de risco para comprar as drogas. Isso não significa que teremos mais dependentes químicos. A proibição nunca diminuiu o número de usuários, pelo contrário. Criou um mercado e estratégias para chegar ao usuário. Não existe nenhuma instituição onde não entre a droga, seja ela psiquiátrica, penitenciária, educacional.

Informe ENSP: Voltando ao Projeto de Lei de autoria do deputado Osmar Terra, um dos pontos é a criação de um cadastro do usuário de drogas. Qual é sua opinião sobre isso?

Paulo Amarante: Esse projeto do Osmar Terra é muito surpreendente, porque ele foi um militante do movimento da reforma sanitária, integrante do quadro formulador das políticas do SUS. Então, eu vejo esse projeto como um retrocesso, porque é de maior criminalização, e, quanto maior a criminalização, a estigmatização, piores são os resultados e pior o envolvimento dos usuários em tratamentos, o que aumenta ainda mais a barreira da ideia do drogado como pessoa indesejada e inimiga pública da sociedade. Essa pessoa é alguém que queremos tratar e cuidar. Eu entendo como retrocesso. Hoje, está havendo uma grande mobilização, e a própria Abrasme está envolvida contra isso.

Eu acredito que esse projeto acabe passando na Câmara, principalmente por conta do lobby do mercado evangélico, e isso nos faz pensar nas alianças políticas e que tipos de projetos possam acabar passando no país. Veremos muitos retrocessos na questão dos direitos humanos.

Esse mesmo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados tem posição homofóbica. Hoje, existe a tendência das igrejas evangélicas em tratar o homossexualismo como uma doença, para depois começar a ocorrer a internação compulsória ou involuntária, ou qualquer coisa, já que é uma doença que a pessoa perde sua capacidade de discernimento. Temos muitos outros riscos e estamos partindo para um quadro muito assustador para o país.

Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/32156

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

 "I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos 
 
 Data: 6 a 8/Novembro/2014
Ribeirão Preto/SP
 
Maiores Informações: www.atohosp.com.br
 
Promoção/Realização:  ATOHosP"
 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

CONVOCAÇÃO: PLENÁRIA NACIONAL DO FNTSUAS


Brasília, 13 de fevereiro de 2014.
Aos Membros do FNTSUAS
 
Aos órgãos e entidades representantes dos trabalhadores do SUAS

 
Prezados representantes,

 
 A Coordenação Nacional do Fórum Nacional dos Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), convoca os membros deste Fórum, os FETSUAS, comissões estaduais pró-FETSUAS, órgãos e entidades representantes dos trabalhadores do SUAS para participarem da Plenária Nacional do FNTSUAS que ocorrerá nos dias 24 e 25 de maio de 2014 de 09:00 às 18:00 horas em Brasília-DF, com local a ser definido e divulgado no Blog do FNTSUAS e em sites das organizações  membros deste Fórum. Convocamos, ainda, os membros da Coordenação Nacional para uma reunião no dia 26 de maio , a partir das 09:00 horas para darmos encaminhamentos às propostas aprovadas na Plenária Nacional. Os delegados dos FETSUAS, das comissões pró-FETSUAS e dos órgãos e entidades de classe devem ser eleitos pelos seus membros e apresentarem as atas com registro de sua indicação como delegado para votarem na Plenária Nacional.
 
A pauta da Reunião Nacional Ampliada está proposta com os seguintes itens:
)Revisão do Regimento Interno do FNTSUAS
2º)Eleição da Coordenação Nacional do FNTSUAS
3º)Plano de Lutas e Encaminhamentos
 
Contamos com a presença de todos para uma ampla discussão e composição da nova gestão do FNTSUAS e do planejamento das ações a serem fortalecidas e de novas ações a serem implantadas.

Atenciosamente.
       Luziana Maranhão/Ana Lucia Soares
                 Coordenação Executiva do FNTSUAS
 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Terapia Ocupacional diminui sintomas comportamentais em idosos com demência

Novo Método 

Pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, testaram um método inovador de Terapia Ocupacional para a redução de sintomas comportamentais em idosos com demência. O método chamado “Programa Personalizado de Atividades” (PPA) envolve até oito sessões, seis visitas domiciliares e duas ligações telefônicas. De acordo com o PPA, o terapeuta ocupacional monta uma lista de atividades personalizadas para realização diária em domicílio. A proposta do PPA é proporcionar ao idoso portador de demência uma rotina de atividades estabelecida pelo terapeuta ocupacional após a avaliação cognitiva e funcional (relacionada às atividades do dia-a-dia), considerando as atividades de interesse e afinidade do indivíduo. Para estruturar o programa, o terapeuta elabora uma lista de atividades e uma receita de como realizá-las, com a descrição do seqüenciamento de cada uma delas. No caso, o modo de realização de cada atividade é simplificado, para que assim, o programa seja adequado às necessidades e capacidades do indivíduo.  Nesta abordagem não se trabalha com técnicas de aprendizagem como ocorre nas abordagens mais tradicionais de Terapia Ocupacional, pois o foco não é desenvolver habilidades, mas sim trabalhar com as habilidades residuais do indivíduo e mantê-lo ativo em seu dia-a-dia. De acordo com os resultados deste estudo, o PPA foi eficaz na redução dos sintomas comportamentais e pôde oferecer às famílias uma melhor compreensão da capacidade dos idosos com demência, permitindo que os mesmos programem e utilizem atividades em casa possibilitando a preservação da qualidade de vida dos idosos com demência. Enfim, este programa inovador da Terapia Ocupacional pode ser considerado uma promissora abordagem não-farmacológica no tratamento de sintomas comportamentais em idosos com demência.

Fonte:  Alexandra Martini de Oliveira.
Fonte: Gitlin LN, Winter L,  Earland TV,  Herge EA, Chernett NL, Piersol, CV, Burke JP.  The Tailored Activity Program to Reduce Behavioral Symptoms in Individuals With Dementia: Feasibility, Acceptability, and Replication Potential. The Gerontologist. 2009 May 49; (3):428–439.

http://www.neurociencias.org.br/pt/517/novo-metodo-de-terapia-ocupacional-diminui-sintomas-comportamentais-em-idosos-com-demencia/

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Saúde do Idoso - Realiza Consulta Pública

Convidamos os terapeutas ocupacionais catarinenses a enviarem suas contribuições na consulta pública sobre a:

Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Versão Preliminar http://200.214.130.94/CONSULTAPUBLICA/index.php

Oportunidade para:
  • ressaltar ações da Terapia Ocupacional para com essa população;
  • destacar as ações que só podem ser realizadas pelo terapeuta ocupacional;
  • promover a presença do terapeuta ocupacional nos serviços de atenção ao idoso e nas diversas políticas, sem criar conflitos com as demais categorias;
  • gerar ações compartilhadas com os demais profissionais que atuam na atenção ao idoso.
ENVIO das SUGESTÕES para Abrato-SC até 01/Março/2014.
e-mail: abrato-sc@hotmail.com
 
 
Consulta Pública - encerra em 4/Março/2014
 
 
Fontes:
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAET/SAS/MS
e
José Naum de Mesquita Chagas, terapeuta ocupacional e
Delegado da Abrato junto a World Federation of Occupational Therapists

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fevereiro

4 - Dia Mundial de Luta Contra o Câncer
5 - Dia da Papiloscopia
5 - Dia Nacional da Mamografia
(instituída pela Lei N11.695/2008)

11 - Dia Mundial do Enfermo
28 - Dia Internacional das Doenças Raras
(data criada
em2008) 


Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/php/level.php?lang=pt&component=38&item=1
Exemplos de estratégias de prevenção são:

Evitar contato com carcinógenos (substâncias que causam câncer), por exemplo, evitar o contato, sem proteção, com alguns solventes utilizados na indústria, para prevenir câncer de pulmão, orofaringe (boca e garganta) e bexiga.

Modificar hábitos de dieta ou de vida que alterem uma predisposição genética a um determinado tipo de câncer, por exemplo, evitar o fumo (uso de tabaco) em qualquer uma de suas formas ou a ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica, para prevenir câncer de pulmão, esôfago e orofaringe;

Evitar uma exposição ambiental que esteja relacionada a uma maior incidência de um
determinado tipo de câncer, por exemplo, evitar a exposição ao sol nos horários em que os raios ultravioleta estão mais fortes, como das 10 às 16 horas, para prevenir câncer de pele. Alterar o efeito de determinada substância sobre um determinado órgão que poderia estar relacionada a um determinado tipo de câncer, por exemplo, o uso de antiestrogênios, para prevenir câncer de mama.
Tratar lesões pré-malignas, por exemplo, retirar lesões do colo uterino antes que se  tornem malignas, para prevenir câncer de colo uterino.